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Acidose Ruminal nos Rebanhos Gaúchos

Buenas produtores, estudantes e amigos leitores de nossas publicações. Hoje nós falaremos sobre a acidose ruminal. A acidose ruminal é uma enfermidade que acomete os ruminantes, podendo levar até a morte do animal, principalmente aqueles criados em sistemas intensivos (confinamentos) e recebem dietas à base de grãos de cereais, soja, trigo, aveia, milho e sorgo. Animais em processo de preparação para feiras e exposições também é comum que ocorra acidose.

As principais causas de acidoses nos animais estão relacionadas ao aumento repentino na quantidade de carboidratos oferecidos, trocas bruscas de rações partindo de uma dieta com baixo valor energético para outra apresentando alta densidade calórica, baixa quantidade ou disponibilidade de fibra na dieta, falta de adaptação prévia dos animais a novas dietas e erros na mistura ou desbalanceamento das rações. Após a ingestão de grande quantidade de carboidratos, ocorre uma rápida fermentação desse material no rúmen, levando à produção de alta concentração de ácidos graxos voláteis, compostos que ocasionam uma queda repentina no pH ruminal (o estômago que mantém o pH constantemente próximo a neutralidade se torna ácido). Uma das principais consequências dessa queda do pH representa a morte dos protozoários e bactérias que naturalmente vivem no rúmen e são responsáveis pela degradação da celulose, função indispensável para que os animais ruminantes consigam aproveitar os nutrientes contidos nos volumosos. Por sua vez, a queda no pH, que chega a valores em torno de 5,0 a 5,5, favorece o crescimento e proliferação de uma outra classe de microorganismos: os Lactobacilos, responsáveis pela produção de ácido lático que agrava ainda mais a queda do pH ruminal, instalando o quadro de acidose ruminal. A acidez do líquido ruminal favorece o crescimento dos Lactobacilos que passam a utilizar os carboidratos disponíveis na dieta aumentando a produção de ácido lático e queda contínua do pH ruminal, que pode chegar, nos casos fatais, a valores próximos a 4,0. Como efeito secundário da elevação das concentrações de ácido lático, ocorre o aumento da pressão osmótica no interior do rúmen, resultando no redirecionamento do líquido contido nos tecidos e circulação sanguínea para dentro do estômago animal, levando a intensa desidratação e até choque hipovolêmico (queda repentina na pressão arterial).

A observação dos sinais clínicos ocorre entre 12 a 36 horas após a ingestão de grandes quantidades de carboidratos, que pode variar de acordo com a rapidez de fermentação da dieta oferecida, da capacidade de adaptação da microflora ruminal e do comportamento do animal frente ao excesso deste alimento (PUGH, 2002; RIET-CORREA, 1998). Os primeiros sinais clínicos da acidose ruminal incluem anorexia, estase ruminal, fezes pastosas com coloração acinzentada ou amarelada. Esses sinais inespecíficos também podem ser observados em animais que se encontram em fase de adaptação ao consumo de concentrados (RIET-CORREA, 1998; PUGH, 2002).

Para evitarmos a acidose ruminal nos rebanhos, é necessário tomarmos algumas providências. Quando for introduzir uma dieta rica em concentrados, é importante que seja feita de forma gradativa, em um período de 21 dias, para a adaptação dos microrganismos ruminais. Para os animais jovens ainda em fase de amamentação, com acesso ao "creep-feeding" ou recém desmamados, é conveniente fornecer ração com tampões ruminais como é o caso do bicarbonato de sódio, ou aditivos como a monensina ou ionóforos para um pleno desenvolvimento ruminal. Ao primeiro sinal da ocorrência da enfermidade deve-se suspender imediatamente a dieta, observando-se, para os casos mais leves, a recuperação completa dos animais em 3 a 4 dias. Em caso de acidose ruminal grave é fundamental procurar assistência veterinária para realizar os procedimentos de sondagem e esvaziamento do rúmen, correção do pH ruminal, reposição de eletrólitos e estabelecimento de terapia antimicrobiana para o controle da proliferação dos Lactobacilos. O profissional especializado também deve ser consultado para o correto balanceamento das dietas, de forma a atender as exigências de cada categoria animal.

Portanto, visando estabelecer uma dieta adequada e balanceada, para que não aconteça a acidose ruminal nos ruminantes, que como citado no documento pode acarretar no caso mais grave a morte dos animais, a ECAPE Jr. oferece serviços como ajuste de dieta, que trará os alimentos mais indicados e os disponíveis na sua região para oferecer a seus animais, na mistura e quantidade correta a fornecer-se desde a sua adaptação com um sistema de confinamento e o consumo após os animais estarem adaptados, esse calculado por um ganho de peso por dia desejado. Caso haja algum interesse ou dúvidas sobre nossos serviços, entre em contato através de nossa redes sociais que estaremos prontos para te ajudar.


Referências:


ACIDOSE ruminal em ovinos e caprinos. MilkPoint, [s. l.], 22 nov. 2010.

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