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Calendário sanitário – o segredo para um rebanho produtivo.

Em qualquer sistema de produção, seja ele bem ou mal manejado, é necessário que se tenha um controle de informações relativas ao rebanho. Esses dados, partem das mais simples anotações, como quantidade de animais e peso vivo destes, até controles mais elaborados, que poderão ser utilizados para tomada de decisões, ajustes de manejo - tanto animal quanto das áreas a serem utilizadas - e controle de sanidade e produção dos rebanhos.

Com isso, torna-se imprescindível o apontamento de dados gerais de rebanho, como por exemplo peso e idade. Também precisamos, em um sistema funcional e produtivo, que as demandas nutricionais sejam atendidas, buscando máximo desempenho dos animais. Mas só isso basta? Não pois de nada irá adiantar termos um sistema de dados gerais organizados, um planejamento alimentar funcionando e um rebanho doente.

Assim, a gestão de dados dentro de uma propriedade passa então a ser ponto chave para uma pecuária de sucesso. O calendário sanitário, surge então como mais uma ferramenta que irá atuar em benefício do produtor e do rebanho, com os dois lados ganhando. É sabido que diversas são as doenças que podem acometer nossos rebanhos, sendo seus efeitos os mais variados. Existem doenças letais e outras que irão ser refletidas na produção (leite, carne, lã, reprodução).


Bovinos

O estado do Rio Grande do Sul, em 2020, passou a ser zona livre de aftosa, não precisando assim realizar vacinação preventiva. Isso está previsto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio da IN nº 052/2020. Ressalta-se que a vacinação pode ocorrer ou não, de acordo com as recomendações de cada estado do Brasil. Porém, segue sendo obrigatória em todo território nacional a vacinação de fêmeas, de 3 a 8 meses de idade, contra a brucelose.

A vacinação contra raiva, deve ser feita anualmente ou então seguir as recomendações da região, podendo tornar-se obrigatória quando há focos da doença. Já a vacina contra clostridioses, é recomendada ser aplicada em animais aos 4 meses de idade, sendo necessário um reforço após 30 dias. No mercado, encontramos vacinas que previnem contra diversas clostridioses, sendo as principais o botulismo, tétano, carbúnculo sintomático e gangrena gasosa.

Já as doenças que irão afetar na reprodução, também exigem prevenção por parte dos produtores. Elas são de extrema importância, pois afetam negativamente nos índices de reprodução, o que irá gerar grandes perdas econômicas. Diversas são essas doenças, sendo as mais comuns: Leptospirose, que atinge o trato reprodutivo podendo causar aborto, natimorto ou terneiros fracos; Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), causando problemas reprodutivos e lesões em outros locais do organismo do animal; Diarreia Viral Bovina (BVD), que pode ser transmitida por inalação, via oral ou transplacentária. É importante sua prevenção, pois fetos contaminados aos 50 a 120 dias e que não vem a óbito, passam a ser permanentemente infectados (PI), disseminando a doença no rebanho; Brucelose, que possui sintomas muito parecidos a outras enfermidades, gerando dificuldade em ser notada e também por diminuir sua potencialidade ao longo do número de gestações.

Ainda nas doenças reprodutivas, temos a Neosporose, Campilobacteriose e Tricomoníase, causando perdas econômicas no rebanho, como queda de fertilidade, aborto no primeiro terço da gestação, queda na produção de leite e aumento no descarte de animais. Atingem tanto fêmeas quanto machos, sendo o último um possível disseminador da doença via cópula.

O calendário sanitário deve ser elaborado estrategicamente, de acordo com os nascimentos e períodos de maior necessidade, onde há maior ocorrência de problemas. A vermifugação estratégica, bem como controle de endoparasitas e ectoparasitos (como carrapatos, bernes, mosca-do-chifre, bicheiras e cisticercoses) é uma maneira viável de manter o rebanho saudável e produtivo.

Em bovinos de leite, os cuidados devem ser redobrados, existindo produtos que são destinados a essa categoria, onde o período de carência é menor ou então não há. Todavia, é necessário que o rebanho esteja saudável para fornecer um produto de qualidade e seguro aos consumidores. É recomendado que se compre animais já testados ou que se realize os testes de doenças como Brucelose e Tuberculose. Já em animais que estão sendo tratados para mastite, é necessário o controle e descarte do leite.

Além de todo controle de doenças, endoparasitas e ectoparasitos, é necessário organização e treinamento de pessoas, ofertando condiçõ


es ambientais ao animais, comprometimento com as datas e instrução para realização dos serviços.


Ovinos

Em relação aos ovinos e caprinos, a inúmeros fatores que podem influenciar na sanidade destes animais, como o ambiente, práticas inadequadas de manejo, higiene precária… Considerando as inúmeras condições que podem afetar a saúde dos animais, o produtor que se encontra à frente das possíveis enfermidades, estará mais perto de uma produção mais saudável e rentável. Por isso torna-se importante adotar um manejo controlado para as


e vacinações e para que isso ocorra pode-se tomar mão do calendário sazonal.

Para ter um controle mais efetivo do rebanho, é recomendado tomar nota de informações como nascimentos, mortalidades, sintomas de doenças, tanto coletivo quanto para o rebanho, outro ponto que facilita é ter um manejador preparado e conhecedor dos principais sintomas das doenças, mais frequentes, pois isso auxilia para que ocorra um diagnóstico precoce e isolamento do animal, evitando a disseminação da doença e aumentando as chances de controle desta.

As principais doenças que acometem os ovinos são: Bernes; Bicheiras; Brucelose; Carbúnculo hemático; Carbúnculo sintomático; Carrapatos; Dermatite Micótica; Ectima contagioso; Febre aftosa; Gangrena Maedi-visna; Necrobacilose; Oftalmia Contagiosa; Oestrose (bicho da cabeça); Piolhos; Pododermatite (footrot); Sarna dos Ovinos; Scrapie; Tétano; Toxoplasmose; Verminoses

Doenças como o carbúnculo hemático e sintomático, Ectima contagioso, requerem vacinas, as quais são imprescindíveis, visto que muitas dessas doenças são fatais a altamente contagiosas.

Já as verminoses causam mais prejuízos do que todas as outras enfermidades juntas. Os tricostrongilídeos são os maiores responsáveis pela gastrenterite crônica dos ruminantes, caracterizada por diarreia, perda de apetite, anemia, emagrecimento e morte. Os ovinos infectados disseminam pelos campos, através das fezes, os ovos dos helmintos. São comumente tratadas por vermífugos, e devem ser levadas a sério visto que podem causar grandes danos ao sistema.

Doenças de cascos, também podem causar prejuízos ao sistema, visto que possuem uma alta disseminação no rebanho e causam desconfortos ao animal, diminuindo o consumo de alimentos, e consequentemente a sua produtividade.


Então, o calendário sanitário passa a ser ferramenta organizacional fundamental para o controle econômico e sanitário de uma propriedade. Por meio dele, iremos planejar datas específicas para imunização rebanho, segunda dose de vacinas, além de criar estratégias preventivas contra carrapato e verminoses, atingindo assim então a maior imunização do rebanho.


https://www.cpt.com.br/cursos-ovinos/artigos/ovinos-em-confinamento-principais-enfermidades#:~:text=%E2%80%9CAs%20principais%20doen%C3%A7as%20que%20acometem,Pododermite%20(Manqueira)%3B%20Sarna%20dos

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