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Cuidados com a ressemeadura do azevém


O azevém anual é a forrageira de clima temperado mais utilizada no Sul do Brasil. Por conta da sua rusticidade, boas taxas produtivas e relativa baixa exigência nutritiva, o uso do Lolium multiflorum (azevém) cada dia mais ganha força. Essa espécie que já ganhou diversas cultivares, de ciclo curto a longo, quando bem manejada, pode chegar a durar 9 meses com boa parte desse tempo apta ao pastejo - entre estádio vegetativo e reprodutivo - dependendo do manejo imposto durante o ano, da cultivar escolhida e outros fatores.


Também possui a finalidade de melhorar o campo nativo, já que este possui produção reduzida no inverno e início da primavera. Em função disso, cresce a procura por sementes dessa espécie, elevando os custos cada vez mais.

Além de todas essas possibilidades, essa cultura ainda nos traz algo ainda melhor, a conhecida ressemeadura natural, ferramenta que a espécie tem para se manter viva. Durante o final do seu ciclo a planta cessa o investimento em folhas e alonga seus entrenós para começar a investir em sementes, nesse processo a planta tem uma alta concentração de amido no grão. Quando as sementes começarem a secar e caírem ao chão é importante que se dê um tempo, algo em torno de 15 dias para que as sementes possam cair, e o banco de sementes seja coberto por sementes viáveis para o ano seguinte, porém é necessário um planejamento forrageiro para que durante esse ciclo exista alimento para o gado, seja um campo nativo diferido ou uma cultura de verão. Assim, os animais seguem ganhando peso e o produtor aumenta seus lucros. Com o manejo correto nos primeiros frios do ano seguinte ou com agentes capazes de quebrar essa dormência das sementes, essa planta começa a emergir do solo, diminuindo os custos de produção e antecipando o pastejo.


Na época do final do ciclo do azevém, é muito comum os produtores aumentarem a pressão de pastejo, pois acreditam que a espécie seja ótima para engorda dos animais nesse período, por conta da maior concentração de amido. Não está errado, porém devemos ter muita calma pois o amido na forragem favorece um acúmulo de energia que vai acarretar em um favorecimento na produção de gordura. Isso fará com que ocorra o endurecimento da gordura na carcaça, provocando problemas na industrialização e desvalorização do produto. Também fará com que os consumidores finais consumam maiores concentrações de gorduras saturadas, podendo levar a sérios problemas de saúde, porém se utilizado para a finalidade certa, categoria certa e pelo tempo ideal, essa época a cultura se torna um aliado muito forte para o acabamento de carcaça.


Portanto, o azevém é uma ótima alternativa pois possui uma maior aceitação pelos animais, por conta da sua alta palatabilidade, tendo uma alta produção de forragem e qualidade. O mesmo também possui alta flexibilidade para ser consorciado com outras plantas forrageiras.

Por fim, para o seu melhor aproveitamento é necessário ter um manejo bem definido, com planejamento e uma finalidade estabelecida. A ECAPE oferece os serviços de planejamento forrageiro, ajuste de carga e interpretação de índices zootécnicos, visando ajudar você produtor! Entre em contato conosco.



Fontes:

https://www.embrapa.br/en/clima-temperado/forrageiras

https://www.canalrural.com.br/sites-e-especiais/pastagens-cultivadas-com-azevem-sao-uma-boa-alternativa-para-inverno-7630/





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