Com a chegada da estação mais fria e úmida do Rio Grande do Sul, o inverno, os produtores já sabem que cuidados com o manejo do rebanho leiteiro devem ser redobrados. As adversidades na produção acabam ficando mais evidentes e destacando-se negativamente no bolso dos produtores, para driblar a baixa na produtividade, as dificuldades de manter o controle da sanidade e os elevados custos com as dietas o planejamento de produção sazonal é extremamente importante. Acompanha o texto que vamos comentar mais sobre os problemas e as soluções!
Durante esse período, um dos principais problemas acometidos nas vacas é a mastite ambiental. Esta é causada por patógenos cujo principal lugar que são encontrados é o ambiente de vida da vaca, principalmente onde há presença de fezes, urina, barro e cama orgânica. Ao contrário da mastite infecciosa, a maioria das infecções ocorre entre as ordenhas, embora novos casos também apareçam durante a ordenha, especialmente se houver mau funcionamento do equipamento. As bactérias causadoras de mastite ambiental mais frequentes são os estreptococos (exceto o Streptococcus agalactiae) e as Gram negativas, principalmente os coliformes. Em geral, a mastite ambiental tem duração mais curta do que a mastite infecciosa e tem maior tendência a desenvolver quadros clínicos do que as formas subclínicas. A maioria das infecções estreptocócicas ambientais dura menos de 30 dias e a prevalência em qualquer época do ano raramente excede 10% a 15% da estação total do rebanho. Como os patógenos ambientais estão espalhados por todo o ambiente da vaca, a erradicação desse tipo de mastite é quase impossível.
O controle da mastite ambiental deve basear-se principalmente em abordagens preventivas, especialmente técnicas para melhorar a higiene, o ambiente e o conforto animal. Suplementar as vacas com minerais como selênio, cobre e zinco, vitamina A e vitamina E também é uma boa forma de aumentar a imunidade dos animais, associado sempre com uma dieta balanceada. Outra estratégia para aumentar a resistência dos animais contra a mastite é por meio da vacinação. Estudos demonstraram que o uso adequado de uma vacina baseada em uma cepa de E. coli chamada J5 reduz a incidência de mastite clínica nos primeiros 100 dias de lactação de 12,8%, em animais não vacinados, para 2,6% em animais vacinados. Além de reduzir a incidência de casos clínicos em 70% a 80%, a vacina também reduz a gravidade dos sintomas clínicos e o risco de morte em animais com sintomas de toxemia. Além disso, as medidas tradicionais de controle são relativamente efetivas, tais como correto manejo e higiene na ordenha (pré-dipping e ordenha de tetos limpos e secos). Ademais, com a queda de temperatura e aumento da umidade, o bom manejo nutricional e atenção ao Escore de Condição Corporal (ECC) do rebanho, tornam-se indispensáveis para decisões assertivas, garantia de redução de gargalos e impacto na produção do pecuarista. Planejar para obter boas condições corporais antes do parto contribui para uma melhor performance no pós-parto. Ou seja, a atenção com a nutrição e sanidade é importante para garantir o futuro reprodutivo do rebanho e a constância da produção. Com isso, para que haja efetividade deste manejo é necessário alinhar a uma gestão de propriedade adequada; mantendo sempre o gerenciamento das informações relativas ao rebanho (datas de nascimento, prenhez, secagem e parição, pesagens e produção de leite) e prezar pela regularidade na avaliação dos animais, além de observá-los durante os manejos diários. Contudo, sabe-se que a produtividade é dependente de diversos fatores, sendo o manejo nutricional um dos mais importantes e que, além das condições corporais, há distintas ações que englobam técnicas adequadas para lidar com os animais e garantir nutrição efetiva para alta produção. Logo, o planejamento forrageiro de inverno e armazenamento adequado dos alimentos devem ser incluídos no bom aporte nutricional. Planejar a pastagem para que supra as exigências nutricionais dos animais sob pastejo e as exigências fisiológicas da planta forrageira assegura nutrição apropriada durante todas estações. Na estação seca, algumas plantas estão em período hibernal, gerando assim, a necessidade de estratégias que possibilitem o aumento da produção de forragem disponível para os animais no inverno. Entre as técnicas capazes de sanar o período crítico está o ajuste correto de carga animal, considerando qualidade e quantidade da pastagem, e a consorciação com espécies de verão alinhadas à sobressemeadura, para mais, a escolha correta de espécies de inverno é também uma importante tática. E ainda, caso a produção de silagem seja uma estratégia, é importante atentar-se para não oferecer riscos à saúde do rebanho, tornando as precauções de armazenamento importantes para todo o ciclo produtivo. Os alimentos devem ser acondicionados a um ambiente que não esteja úmido, o que exige maior atenção durante o inverno e períodos de alta incidência de chuvas. Há outros pontos de atenção, como a ocorrência de pragas e doenças. Sabe-se então que alinhando todas técnicas citadas é possível encaminhar-se à um manejo nutricional adequado à pecuária leiteira.
Ao longo dessa conversa buscamos trazer diversas informações para que a produtividade do seu rebanho leiteiro se mantenha constante ao longo do ano, para isso repetimos que é imprescindível que o produtor lance mão de ferramentas como o planejamento forrageiro, manejo e planejamento nutricional, sanidade do rebanho e gestão da propriedade. A equipe da ECAPE Jr. se encontra à disposição para auxiliar a sua propriedade a driblar esses percalços com um ótimo custo/benefício, entre em contato no nosso site ou redes sociais e vamos conversar sobre as possibilidades para a tua realidade!
Referências:
LEITE: veja como manter alta produção no inverno. Canal Rural: CAROLINA GUEDES, 20 jun. 2017. Disponível em: https://www.canalrural.com.br/programas/leite-veja-como-manter-alta-producao-inverno-67815/. Acesso em: 29 abr. 2022. As Melhores Práticas de Manejo Alimentar para Bovinos de Leite. PRODAP, [S. l.], 30 abr. 2022. Disponível em: https://blog.prodap.com.br/manejo-alimentar-para-bovinos-de-leite. Acesso em: 30 abr. 2022. Boas práticas de manejo melhoram índices reprodutivos do rebanho leiteiro. EMBRAPA, [S. l.], p. 1, 30 abr. 2022. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/49682560/boas-praticas-de-manejo-melhoram-indices-reprodutivos-do-rebanho-leiteiro. Acesso em: 30 abr. 2022.
Mastite ambiental: conhecendo melhor essa doença
https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/conhecendo-melhor-a-mastite-ambiental-parte-1-47844n.aspx
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