Para compensar a baixa disponibilidade de forragem nas pastagens, e não sofrer com a queda na produção leiteira do seu rebanho, o produtor têm a necessidade de oferecer suplementação volumosa e a alternativa mais utilizada e conveniente para esse período é a utilização de silagem, podendo ser de sorgo, milho e até mesmo de capim.
Entretanto, tradicionalmente a mais utilizada é a silagem da planta de milho, isto devido a sua composição bromatológica preencher os requisitos para a confecção de uma boa silagem, como: teor de matéria seca (MS) entre 30% a 35%, e no mínimo de 3% de carboidratos solúveis na matéria original, baixo poder tampão e boa fermentação microbiana.
Para que a silagem apresente a melhor qualidade, não se deve apenas planejar a colheita, a picagem ou o armazenamento, deve-se pensar e planejar tudo que envolve a produção da silagem.
“O pecuarista precisa ter consciência e produzir a lavoura de milho baseada em boa qualidade, como se fosse para a produção de grãos mesmo. Uma lavoura de milho de baixa qualidade vai afetar a produtividade da silagem, aumentando o custo final do produto”, explica Pedroso, docente da Universidade Federal de Pelotas.
Visando maior produtividade, a tomada de decisão deve ser baseada no planejamento e organização. Desta maneira, destacam-se etapas importantes, como a escolha de cultivar adequada para a silagem, que impacta na alta percentagem de grãos e fibras de melhor digestibilidade e na alta produtividade de massa. Além disso, o ponto correto de colheita depende do que está sendo produzido, sendo assim, para o milho é ideal que se tenha a metade superior do grão farináceo e a metade inferior leitoso.
Contudo, para que a compactação e o aproveitamento sejam adequados, a ensiladeira precisa cortar as partículas no tamanho ideal de 0,5 cm a 1 cm, de forma uniforme em toda a colheita. Após isso, conforme o material for cortado, é preciso que seja destinado o mais rápido possível, para ser compactado de forma correta e o tempo de compactação deve ser de 1 a 1,2 vezes o turno de colheita, ou seja, gastando 8 horas colhendo, deve-se gastar de 8 a 10 horas compactando.
Para que as etapas anteriores sejam efetivas, o armazenamento torna-se muito importante e para isso, tem que entender qual tipo de silo irá funcionar melhor em sua propriedade, podendo ser: verticais, de superfície, bags, trincheira, encosta ou bunker, sendo o de superfície o mais utilizado pelos produtores.
Segundo Pedroso, um dos problemas mais frequentes está no uso do milho colhido muito cedo: “Nessa situação, ocorre um processo conhecido como fermentação butírica, com um odor forte característico e o corrimento de efluentes. As proteínas e energia da silagem se perdem e o animal não consome o alimento como deveria”, explica o pesquisador.
Ademais, outro problema comum relatado por Pedroso é a colheita tardia, ou seja, quando o milho apresenta teor de matéria seca muito excessivo, causando dificuldade na compactação e favorecendo a ocorrência de bolsões de ar, e por consequência, o mofo. Há outro indicador desse problema, o aquecimento anormal da silagem, provocando um processo chamado de “caramelização” do açúcar presente na forragem, quando isso ocorre, se presencia alteração na cor da massa, tornando a silagem escura e com odor agradável, semelhante ao odor do chocolate.
A silagem é uma ótima opção de suplementação para o gado em períodos de escassez de forragem, desde que o planejamento da produção e dos custos envolvidos sejam feitos criteriosamente.
Em caso de dúvidas no manejo e planejamento da produção de silagem, entre em contato conosco pelas nossas redes sociais, que podemos te ajudar a elevar a produtividade da propriedade!
Referências:
https://www.researchgate.net/profile/Eder_Lanes/publication/270592225_Silagem_de_Milho_Como_Alimento_Para_o_Periodo_da_Estiagem_como_produzir_e_garantir_qualidade/links/54b06f010cf220c63ccf840f/Silagem-de-Milho-Como-Alimento-Para-o-Periodo-da-Estiagem-como-produzir-e-garantir-qualidade.pdf
https://www.beefpoint.com.br/os-beneficios-da-compactacao-na-ensilagem-25987/
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