Há necessidade de avaliar a qualidade, quantidade e por consequência o aporte do pasto no inverno gaúcho, com fortes geadas e baixas temperaturas, fazendo com que sejam necessárias alternativas para suprir a deficiência alimentar ocorrida pela disponibilidade reduzida de alimentos no campo nativo. Deste modo, para suprir esta deficiência, se faz necessário a utilização de alternativas que necessitam de atenção, qualidade e investimento, como a suplementação com ração, feno, silagem ou adoção de pastagens cultivadas, como no caso, a de aveia.
Sendo esta, uma excelente opção por distintos motivos, como seu rápido crescimento, altos rendimentos, tanto em forragem verde, como seca, além da resistência a pisoteio de bovinos. Outro importante fator a ser considerado, em comparação com o azevém, forrageira de utilizada em larga escala no inverno, é seu ciclo de produção ser mais precoce, assim, indicada para integração lavoura-pecuária, principalmente por ter sua produção nas estações outono e inverno, podendo se implementada na resteva da soja, sendo beneficiada pela adubação nitrogenada residual.
A aveia preta (Avena strigosa Schreb), se torna viável entre as forrageiras por apresentar excelente capacidade de perfilhamento e produção de massa verde, tornando-se assim, uma grande indicação para a região sul do Brasil. No sistema lavoura-pecuária, que inclui a soja, pode ser utilizada como palhada para o plantio, formando uma excelente cobertura, a qual auxilia a manter a temperatura amena, proteger a ação direta dos raios solares e principalmente controlar a umidade.
A fim de buscar sua melhor produtividade, diferentes condições interferem no seu desenvolvimento, como a condição do solo, que, apresenta favorecimento para cultura quando bem drenados, férteis, com teores altos de matéria orgânica e com pH entre 5,5 e 6,0, visto que, são prejudicadas com altos teores de alumínio. Caso o pH não esteja ideal, é necessário a correção com calcário.
Para semeadura, se faz necessário a eliminação de plantas indesejáveis, através da dessecação e/ou em conjunto com a utilização de grade aradora. As sementes de aveia a serem utilizadas devem apresentar boa qualidade, com altos índices de germinação, vigor e pureza. Podendo ser introduzidas a lanço ou em linha, empregando em torno de 80 a 120kg de semente por ha, com profundidade de plantio de 2 a 4 centímetros. Em profundidades maiores ocorre o risco de sementes com baixo vigor não germinarem ou retardarem a sua emergência, causando um menor índice de afilhamento.
Para favorecer seu desenvolvimento, a utilização de fertilizantes com boa qualidade se faz necessário. Mesmo com a soja, a adoção de nitrogênio em cobertura é ideal para o incremento de produção de massa verde e melhoria das condições nutricionais, principalmente para boa oferta de alimento para os bovinos, além da utilização adequada de fósforo e potássio, ideias para o desenvolvimento da espécie.
Além dos tratos culturais, o manejo adequado para a planta é de suma importância, principalmente quando a finalidade é servir de alimento para os bovinos. Manter a planta com no mínimo 7 centímetros de comprimento preserva as reservas de sua coroa, assim, seu rebrote é viabilizado, além de garantir que cresça 25 a 30 centímetros de altura, sendo este, o ponto máximo disponibilidade nutritiva e oferta protéica, sendo perdido gradualmente nos cortes seguintes. Em conjunto com o manejo da planta, o manejo dos animais também é um fator a ser considerado. Quando é adotado o pastejo de forma extensiva, poderá haver redução na eficiência da planta, devido ao pisoteio, além da intensidade de pastejo, que, quando adotado, grandes lotações, dificulta o crescimento da planta, sendo necessário acompanhar a taxa de crescimento da forrageira, para melhor aproveitamento e longevidade do pasto. No caso do pastejo rotativo, é de suma importância avaliar o descanso da forragem, necessitando de descansos de acordo com a época e lotação animal.
Para potencializar o ganho de peso animal, é importante avaliar as melhores alternativas de tratos culturais e manejo animal, como atender as exigências para semeadura e adubação, além da utilização da pastagem em consorciação com outras forrageiras, como no caso o azevém, ou também avaliar a escolha da forma de pastejo, contínuo ou rotativo, a fim de garantir a lucratividade da integração da lavoura-pecuária.
Referências:
https://galpaocentrooeste.com.br/blog/aveia-preta-plantio-e-manejo-para-o-pastejo-animal/;
http://www.infobibos.com/Artigos/2007_4/AveiaPreta/index.htm;
http://www.iz.agricultura.sp.gov.br/pdfs/1178193264.pdf;
https://www.copagril.com.br/noticia/1519/aveia-otima-opcao-de-cobertura-de-solo-e-forrageira-de-inverno .
Comments