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Produção florestal - Mas afinal, o que é isso?

Denomina-se “floresta” qualquer vegetação que apresente predominância de indivíduos lenhosos, onde as copas das árvores se tocam formando um dossel. Sinônimos populares para florestas são: mata, mato, bosque, capoeira, selva.

É notória a importância das florestas para o homem desde a pré-história por ser fonte de alimento (coleta e caça) e extração de madeira para lenha, cabo de ferramentas, produção de armas, etc. Com o passar dos tempos, houve a descoberta de novas utilidades como móveis, utensílios domésticos, construções, etc. Porém, por se tratar de uma extração dos recursos, houve a necessidade de uma política de comando e controle para disciplinar o processo de desmatamento – Código Florestal (1934).

É sabido que nosso país conta com condições muito favoráveis ao desenvolvimento de diversas espécies florestais, e conta, também, com considerável domínio tecnológico das atividades ligadas à formação de florestas, processamento e utilização da madeira.

No que diz respeito aos números, nosso país conta com 498 milhões de hectares de florestas, composto de florestas naturais 98% e plantadas 2%, sendo aproximadamente 55% em áreas públicas e 45% áreas privadas.

Árvores plantadas

São áreas reflorestadas por meio de plantio de mudas, cultivadas atendendo a um plano de manejo sustentável. A prática recupera espaços anteriormente degradados, reduz os impactos ambientais e promove o desenvolvimento econômico e social das comunidades do entorno dos plantios e das fábricas.

As árvores plantadas são uma matéria-prima renovável, reciclável e amigável ao meio ambiente e à vida humana. O Brasil possui 7,83 milhões de hectares plantados de eucalipto, pinus e demais espécies para a produção de painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, produção energética e biomassa. As árvores plantadas são responsáveis por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais no País − os demais 9% vêm de florestas naturais legalmente manejadas. Porcentagem dos segmentos:

36% Celulose e papel

12% Siderurgia e carvão vegetal

6% Painéis de madeira e pisos laminados

10% Investidores financeiros

29% Produtores independentes

4% Produtos sólidos de madeira

3% Outros.

Além disso, para evitar a pressão e a degradação de ecossistemas naturais, as florestas energéticas contribuem para o fornecimento de biomassa florestal, lenha e carvão de origem vegetal.

Além das funções produtivas, os plantios de árvores desempenham importante papel na prestação de serviços ambientais: evitam o desmatamento de hábitats naturais, protegendo assim a biodiversidade; preservam o solo e as nascentes de rios; recuperam áreas degradadas; são fontes de energia renovável e contribuem para a redução das emissões de gases causadores do Efeito Estufa por serem estoques naturais de carbono.

Os produtos

Flores, frutos, galhos, cascas, madeira e resina estão presentes em nossas casas e atividades cotidianas, como madeira para a construção civil, a fabricação de móveis, diversos tipos de papéis para a produção de livros, cadernos, embalagens, papel higiênico, guardanapos, além de produtos como medicamentos e cosméticos, entre outros.

O setor também investe fortemente em inovação e tecnologia para desenvolver soluções alternativas ao uso de recursos fósseis e finitos, em prol de uma economia de baixo carbono.

Os produtos florestais vão desde os mais curiosos como molho barbecue, sorvetes, xaropes, cremes de leite, sucos, ração canina, esmaltes, capsulas de remédios, repelentes naturais, desinfetantes, sabão, filtros de purificação, roupas, tecidos, cosméticos e fraldas, até os mais evidentes como lápis, papéis, embalagens, painéis de madeira, pisos laminados, livros e cadernos; passando também pelos combustíveis, solventes, adesivos, tintas, conservantes, fibras de carbono, energia, mantas asfálticas, entre outros.

O setor de árvores plantadas tem investido fortemente em inovação, tanto em sua base florestal, quanto na indústria. Esses produtos, derivados da mais alta tecnologia, estarão em breve em nosso dia a dia. Exemplos:

- Lignina: substitui o derivado do petróleo (estireno), para formar o termoplástico, que é um plástico híbrido, moldável, fundível, renovável e pelo menos dez vezes mais resistente que o mais usado atualmente no mercado.

- Etanol: etanol de segunda geração é uma molécula igual ao etanol comum, produzida a partir da cana-de-açúcar, da palha ou do pó e do resíduo de madeira, que são quase todos descartados. Algumas usinas já produzem esse etanol. O desafio é fazê-lo de modo eficiente e com o menor custo.

- Bioplásticos: nova geração de plásticos renováveis, biodegradáveis, mais leves e resistentes do que os polímeros convencionais. Podem ser utilizados pela indústria automobilística em peças à base de polipropileno injetado.

- Nanofibras: obtidas da quebra das fibras da celulose em nanocristais. Podem ser utilizadas na produção de suplementos alimentares, embalagens comestíveis, cimento de alto desempenho e na indústria automobilística.

- Tall Oil: subproduto da fabricação de celulose de fibra longa. Alguns usos incluem: revestimentos de superfícies, produtos asfálticos, desinfetantes, detergentes, aditivos para fluído de perfuração e colas para papel.

- Bio-óleos: os fragmentos de madeira são aquecidos em uma atmosfera sem oxigênio; o processo libera um gás que é condensado em um bio-óleo e tratado quimicamente. Pode ser utilizado como substituto ao diesel.


Economia

O setor de árvores plantadas tem impacto relevante na economia com representatividade de 6,9% no PIB Industrial.

Investimentos, geração e empregos/renda e avanço na arrecadação de tributos fazem do setor um dos pilares da indústria nacional.

Projeção para 2050, segundo o ibá (Indústria Brasileira de árvores): o número de florestas plantadas em 2050 na América Latina, incluindo o Brasil, será menor do que o de outros continentes. No entanto, se considerada a alta produtividade dessas florestas – resultantes dos significativos investimentos em melhoramento genético e práticas de manejo de intensificação sustentável -, a América Latina terá um papel importante no suprimento de fibras, madeira e energia.

Florestas sustentáveis

Hoje, a visão da sustentabilidade é prioritária na agenda e nos planos estratégicos das empresas da cadeia produtiva de árvores plantadas. O conceito se apoia em um tripé econômico, ambiental e social. Alinhar resultados financeiros, conservação ambiental e bem-estar da população são condições para o sucesso, o desenvolvimento e a continuidade do próprio negócio.

A indústria de árvores plantadas investe para alcançar a sustentabilidade em todo o ciclo de produção, melhorando processos e adotando as melhores práticas socioambientais. O setor trabalha para diversificar o uso econômico da floresta plantada e envolver pequenos produtores, por meio de programas de parcerias florestais, com o objetivo de criar oportunidades de geração de emprego e renda; e ampliar o conhecimento pela troca de experiências, inclusive, com a adoção de atividades de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF).

As práticas de manejo das florestas partem do princípio que seus bens e serviços devem ser sustentáveis, a diversidade biológica conservada e os impactos socioeconômicos positivos.

Buscando um ciclo de produção limpa, as empresas de árvores plantadas também se aproximam da autossuficiência em energia. Além disso, é crescente o consumo energético de fontes renováveis, como a biomassa. O objetivo é atingir um balanço ambiental cada vez mais positivo, no qual se destaca a contribuição do setor para o equilíbrio do clima global.




Fontes: Boletim SNIF 2019 (adaptado); Indústria Brasileira de árvores (iba.org).

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